5.
Revogação imediata de toda a legislação com origem da União Europeia ou criada
sob inspiração de organismos internacionais como a ONU – Apesar de ser o
facto mais importante do nosso tempo, em Portugal existe pouca consciência dos
programas de implementação de um totalitarismo global por via tecnocrata e
através de vários procedimentos revolucionários de engenharia social, dos quais
a UE e ONU são apenas dois dos organismos mais visíveis. Claro que há pessoas
que sabem bem o que se passa, mas são precisamente aquelas que apoiam esta
monstruosidade, entre os quais constam Almeida Santos, Francisco Balsemão,
Diogo Freitas do Amaral e Fernando Nobre. Campanhas sucessivas de
estupidificação já educaram a população para aceitar todo o tipo de medidas
progressistas, quer seja para “salvar o planeta”, para proteger os gays de
piadas, para proteger hipocondríacos de fumo terciário que apareça em algum
proscénio ou para proteger as mulheres de terríveis fetos que aparecem nas suas
barrigas. Por outro lado, os portugueses venderam-se literalmente à União
Europeia, aceitando dinheiro em troca de soberania, num processo de adopção
automática de legislação comunitária. Apenas focos isolados tentam combater
este progresso modernista/globalista, e apenas sob determinadas perspectivas,
apoiando ou pelo menos mantendo uma neutralidade em relação ao restante. Ora, a
força deste processo é precisamente a de ser um projecto global, que o torna
quase que imune a ataques localizados. Podemos fazer uma analogia com os
sistemas de comunicação que usam espalhamento de espectro, como acontece com os
sistemas móveis de terceira geração. Estes sistemas tiveram origem militar dado
oferecerem algumas vantagens óbvias: ao usarem uma larga faixa de frequências,
o sinal podia ser espalhado até atingir um nível ínfimo, confundível com o
ruído de fundo e até estando abaixo dele até ser reconstruído na recepção, o
que não só o tornaria mais difícil de detectar como de o “empastelar” pelos
inimigos, cujos aparelhos de “jamming” usam uma ofensiva brutal mas localizada
numa curta faixa de frequências. Quem não percebe que a guerra cultural actual
é dentre destes moldes não está apto a combate-la.
Há centena de anos atrás, os portugueses
foram pioneiros de uma globalização que abriu o mundo mas sem destruir as
culturas locais. Certamente que o quadro é complexo, mas o processo foi
essencialmente de enriquecimento mútuo – havendo aqueles que ficaram a perder,
como aconteceu com algumas cidades italianas e com os muçulmanos que andavam
nos mares orientais –, sem que houvesse a tentativa de implementar um processo
político global, não existindo sequer ainda os instrumentos materiais e
intelectuais para tal. A segunda vaga de globalização seguiu já a
industrialização e não teve o carácter de bravura e ingenuidade da primeira,
mas serviu para vincar a ideia de que estava a ocorrer um processo de “mundialização”.
A terceira fase, em que vivemos, nasceu precisamente desta consciência, mas
então alguns “iluminados” acharam que o processo não devia ser espontâneo mas
devidamente controlado. A ideia é poderosa, fascinando tanto os liberais de
mercado como fascinou Karl Marx. É irónico que os portugueses sejam agora dos
povos que aceitem mais facilmente uma globalização que é o inverso daquela que
os seus antepassados criaram, porque agora o fulcro do processo é precisamente
o enfraquecimento das culturas locais – em troca de um enriquecimento
temporário, se não meramente ilusório – para formar um poder global
centralizador e que irá enfraquecer todos no final, excepto os próprios
detentores do poder.
A revogação de legislação de origem “internacionalista”
visa ser um sinal contra este processo verdadeiramente apocalíptico, quando nos
apercebemos da sua dimensão e consequências. Claro que era necessário fazer
muito mais, dado que se traga de uma “vaga” que se imiscua por todas as brechas
e interstícios da sociedade, parecendo algo tão natural como o ar que
respiramos. Os principais inimigos a vencer neste ponto são essencialmente
intelectuais, que nos vendem uma ideia de inevitabilidade do progresso e da
globalização nos moldes actuais. É difícil encontrar académico, comentarista ou
filósofo político (com e sem aspas) que não esteja de alguma forma comprometido
com o processo.
6.
Extinção de todos os institutos público, da ASAE, da ERC e de todas as
instituições regulatórias, observatórios, etc.; revisão das relações entre o
Estado e as fundações
– Parte do totalitarismo global tecnocrata a que me referi atrás é implementado
através destas entidades, que criam retroactivamente uma utilidade que de facto
não têm, mas que conseguem simular ante um público domesticado e uma
intelectualidade comprada. Por um lado, há que fazer um combate intelectual,
nos moldes já aludidos atrás, para cortar pela base a ideia da necessidade (ou
inevitabilidade) destes organismos, caso contrário, elimina-se um aqui para
logo ali outro brotar com força redobrada. Contudo, tudo isto cria também uma
economia paralela, muito menos produtiva que o pior mercado negro, e que depois
tenta sobreviver sem que para isso tenha de estar vinculada a qualquer compromisso
ideológico, e que vai exercer a sua influência por todos os canais à sua
disposição.
Em relação às fundações, a
questão é um pouco mais complexa. Há que distinguir aquelas que fazem um mero
trabalho político travestido de cultura – e estas devem ser eliminadas – daquelas
que fazem trabalho válido, o que por si só não é suficiente para justificar a
contribuição do erário público. Naturalmente que as primeiras tentam fazer-se
passar pelas segundas e, pela sua própria natureza, são aquelas que têm maior
poder retórico de defesa da sua própria utilidade. Devemos desconfiar de todos
aqueles que tentam aglomerar o que é heterogéneo, já que isso indicia que eles
se querem esconder atrás de algo para que as suas verdadeiras vestes não sejam
reveladas.
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