15.
Fiscalização de ONG, maçonaria e de todos os grupos actuando secretamente ou
discretamente
– Aparentemente, reunir maçonaria e ONG é misturar realidades muito distintas.
A maçonaria é uma sociedade secreta relativamente antiga, que supostamente se
move entre os poderosos, e cujo poder é tido desde o nível da inocuidade – como
se fosse um mero grupo de burgueses alienados que se juntam para vestir
aventais e ouvir a Flauta Mágica – até ao nível da omnipotência, como se o dedo
maçon dirigisse todos os acontecimentos relevantes no mundo, mas o próprio
segredo da instituição leva a que ela tenha uma fama que é tida como um perigo
abstracto, funcionando mais ao nível do imaginário e com o qual não se conta na
vida prática. As ONG são um fenómeno recente, cuja imagem criada revela uma
distanciada quer do governo quer dos partidos e a ideia de uns organismos
precários, improvisados mesmo, que são dirigidos por alguns jovens utópicos,
que acham que vão mudar o mundo mas mal conseguem fazer algo pelo seu próprio
bairro; ou seja, são na aparência politicamente irrelevantes. É bastante
conveniente que algumas sejam mesmo assim.
Em
primeiro lugar, a maçonaria – que obviamente não será aqui analisada em
profundidade – é tida como tendo origens remotas no âmbito de uma argumentação
bastante especulativa e até ingénua. Há quem a faça recuar até ao cristianismo
primitivo (!), outros aos gregos antigos e alguns chegam a apontar para as
primeiras civilizações. Obviamente que qualquer fenómeno social complexo não pode
ser criado e edificado a partir do nada por um grupo de homens num determinado
período, pelo que terá sempre antecedentes. Contudo, a maçonaria tal como a
conhecemos, mesmo tendo vários séculos de existência, é um produto e um catalisador
da modernidade, tendo ajudado a criar as condições para esse evento sombrio que
foi a Revolução Francesa. Uma mão oculta pode manobrar no sentido de provocar
eventos que mudem o rumo da humanidade, mas é pueril achar que a maçonaria
conseguiu, só por si, fazer a Revolução Francesa, e mais ainda que ela consegue
manobrar os destinos do mundo hoje em dia.
Para os efeitos desta série de posts,
interessa realçar algumas coisas sobre a história e o actual funcionamento da
maçonaria em Portugal. Se listarmos todos os principais eventos negativos
ocorridos no país desde o tempo do Marquês de Pombal, chegamos à conclusão que
a maçonaria esteve sempre envolvida. Claro que em determinadas alturas todos os
actores políticos eram maçons, pelo que a oposição ao erro também vinha da
maçonaria, mas isso em nada invalida o facto principal. Por outro lado,
actualmente a maçonaria tenta se infiltrar – e depois controlar – em todo o
tipo de instituições com alguma relevância política ou social: partidos,
sindicatos, tribunais, polícias, igreja (!), universidades e assim por diante. Isto
não quer dizer que a maçonaria manda no país mas que os seus membros têm uma
probabilidade muito maior de ascensão social e de enriquecimento do que os não
maçons, e também que o maçon que prevarique evitará mais facilmente a prisão.
Estas coisas, só por elas mesmas, criam um clima de diferenciação e de
imoralidade que torna a sociedade pouco eficaz em todos os domínios. Para mais,
as lojas maçónicas tentam também infiltrar-se em domínios que podemos
considerar de irrelevância política, como as artes marciais, pelo que daqui
denotamos uma verve incontrolável pela manipulação e pela busca de todo e
qualquer poder. Idealmente, a maçonaria devia ser eliminada, mas tentar uma
acção deste género poderia diminuir o número de maçons, porque os oportunistas
iriam fugir, mas iria criar um corpo central mais selecto, agressivo e secreto,
o que poderia tornar a maçonaria ainda mais eficiente e perigosa. O que se pode
fazer no imediato é tentar quebrar a impunidade de todos maçons criminosos, o
que serviria também para descobrir as ligações “fraternas” que se oporiam a
isso, e isto já poderia ajudar em alguma coisa.
As ONG entram num fenómeno mais amplo do que
parece à primeira vista, estando relacionadas com uma aparente descentralização
de poder, onde também entram todo o tipo de parcerias “público-privadas”,
movimentos de esquerda dos mais diversos e a intromissão de organismos
internacionais. Tudo isto parece democratizar o poder e fazê-lo sair da esfera
do governo. Contudo, são precisamente as mesmas entidades que financiam tanto os
partidos do governo, com as ONG, as parceiras “publico-privadas” e que ainda
têm uma larga influência nos organismos internacionais. Ou seja, os senhores
que querem mandar no mundo ocultam-se por detrás de uma série de entidades
menores, erodindo o poder dos governos nacionais e promovendo a formação de poderes
centrais internacionais totalmente fora do escrutínio do cidadão. Neste
esquema, não é necessário que todas as ONG sejam controladas por alguém acima
na escala hierárquica, porque o importante é o efeito estatístico obtido no
final, que é garantido por técnicas de manipulações de massas, cuja
infra-estrutura é obviamente posse dos senhores globalistas. Outras medidas
deste programa já visam combater a intromissão de poderes internacionais, que
se verifica de forma mais ou menos directa (3, 4 e 5).
A compreensão dos esquemas de formação de
poderes globais é uma matéria complexa, tendo várias componentes. Uma delas é a
concepção intelectual e histórica que está por detrás, outra a psicologia de
massas e há ainda a operacionalização financeira, parte da qual pode ser
deduzida daqui:
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