sexta-feira, 15 de março de 2013

Programa ideal de governação (10)


15. Fiscalização de ONG, maçonaria e de todos os grupos actuando secretamente ou discretamente – Aparentemente, reunir maçonaria e ONG é misturar realidades muito distintas. A maçonaria é uma sociedade secreta relativamente antiga, que supostamente se move entre os poderosos, e cujo poder é tido desde o nível da inocuidade – como se fosse um mero grupo de burgueses alienados que se juntam para vestir aventais e ouvir a Flauta Mágica – até ao nível da omnipotência, como se o dedo maçon dirigisse todos os acontecimentos relevantes no mundo, mas o próprio segredo da instituição leva a que ela tenha uma fama que é tida como um perigo abstracto, funcionando mais ao nível do imaginário e com o qual não se conta na vida prática. As ONG são um fenómeno recente, cuja imagem criada revela uma distanciada quer do governo quer dos partidos e a ideia de uns organismos precários, improvisados mesmo, que são dirigidos por alguns jovens utópicos, que acham que vão mudar o mundo mas mal conseguem fazer algo pelo seu próprio bairro; ou seja, são na aparência politicamente irrelevantes. É bastante conveniente que algumas sejam mesmo assim.

Em primeiro lugar, a maçonaria – que obviamente não será aqui analisada em profundidade – é tida como tendo origens remotas no âmbito de uma argumentação bastante especulativa e até ingénua. Há quem a faça recuar até ao cristianismo primitivo (!), outros aos gregos antigos e alguns chegam a apontar para as primeiras civilizações. Obviamente que qualquer fenómeno social complexo não pode ser criado e edificado a partir do nada por um grupo de homens num determinado período, pelo que terá sempre antecedentes. Contudo, a maçonaria tal como a conhecemos, mesmo tendo vários séculos de existência, é um produto e um catalisador da modernidade, tendo ajudado a criar as condições para esse evento sombrio que foi a Revolução Francesa. Uma mão oculta pode manobrar no sentido de provocar eventos que mudem o rumo da humanidade, mas é pueril achar que a maçonaria conseguiu, só por si, fazer a Revolução Francesa, e mais ainda que ela consegue manobrar os destinos do mundo hoje em dia.

Para os efeitos desta série de posts, interessa realçar algumas coisas sobre a história e o actual funcionamento da maçonaria em Portugal. Se listarmos todos os principais eventos negativos ocorridos no país desde o tempo do Marquês de Pombal, chegamos à conclusão que a maçonaria esteve sempre envolvida. Claro que em determinadas alturas todos os actores políticos eram maçons, pelo que a oposição ao erro também vinha da maçonaria, mas isso em nada invalida o facto principal. Por outro lado, actualmente a maçonaria tenta se infiltrar – e depois controlar – em todo o tipo de instituições com alguma relevância política ou social: partidos, sindicatos, tribunais, polícias, igreja (!), universidades e assim por diante. Isto não quer dizer que a maçonaria manda no país mas que os seus membros têm uma probabilidade muito maior de ascensão social e de enriquecimento do que os não maçons, e também que o maçon que prevarique evitará mais facilmente a prisão. Estas coisas, só por elas mesmas, criam um clima de diferenciação e de imoralidade que torna a sociedade pouco eficaz em todos os domínios. Para mais, as lojas maçónicas tentam também infiltrar-se em domínios que podemos considerar de irrelevância política, como as artes marciais, pelo que daqui denotamos uma verve incontrolável pela manipulação e pela busca de todo e qualquer poder. Idealmente, a maçonaria devia ser eliminada, mas tentar uma acção deste género poderia diminuir o número de maçons, porque os oportunistas iriam fugir, mas iria criar um corpo central mais selecto, agressivo e secreto, o que poderia tornar a maçonaria ainda mais eficiente e perigosa. O que se pode fazer no imediato é tentar quebrar a impunidade de todos maçons criminosos, o que serviria também para descobrir as ligações “fraternas” que se oporiam a isso, e isto já poderia ajudar em alguma coisa.

As ONG entram num fenómeno mais amplo do que parece à primeira vista, estando relacionadas com uma aparente descentralização de poder, onde também entram todo o tipo de parcerias “público-privadas”, movimentos de esquerda dos mais diversos e a intromissão de organismos internacionais. Tudo isto parece democratizar o poder e fazê-lo sair da esfera do governo. Contudo, são precisamente as mesmas entidades que financiam tanto os partidos do governo, com as ONG, as parceiras “publico-privadas” e que ainda têm uma larga influência nos organismos internacionais. Ou seja, os senhores que querem mandar no mundo ocultam-se por detrás de uma série de entidades menores, erodindo o poder dos governos nacionais e promovendo a formação de poderes centrais internacionais totalmente fora do escrutínio do cidadão. Neste esquema, não é necessário que todas as ONG sejam controladas por alguém acima na escala hierárquica, porque o importante é o efeito estatístico obtido no final, que é garantido por técnicas de manipulações de massas, cuja infra-estrutura é obviamente posse dos senhores globalistas. Outras medidas deste programa já visam combater a intromissão de poderes internacionais, que se verifica de forma mais ou menos directa (3, 4 e 5).

A compreensão dos esquemas de formação de poderes globais é uma matéria complexa, tendo várias componentes. Uma delas é a concepção intelectual e histórica que está por detrás, outra a psicologia de massas e há ainda a operacionalização financeira, parte da qual pode ser deduzida daqui:

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