quarta-feira, 13 de março de 2013

Programa ideal de governação (8)

11. Fim do ministério da cultura e criação de um ministério do património e da ordenação do território – A elite cultural e a “intelectualha” odeia Portugal, tenta destruí-lo por todos os meios ao seu alcance, mas enquanto isso não acontece vão se anafando o quanto podem de fundos públicos. Naturalmente que o fim destes psicopatas devia ser o trabalho nos campos de enxada na mão, mas o veneno de que eles são compostos logo iria tornar os solos inférteis por gerações. Uma alternativa melhor seria trabalharem em fábricas em regime de linha de montagem para saber o que é a vida daquele povo que tanto elogiam no abstracto mas desprezam no concreto. Sem desmoralizar por completo estas pessoas que alimentam o ódio contra Portugal não é possível fazer o que seja para melhorar a face do país, a começar pelo património físico.

Mas deixando de lado esta matéria fecal, concentremo-nos na beleza do país. A trindade do bem, do belo e da verdade é para ser longamente meditada, a começar por notar que a feiura emburrece. Se o abandono dos campos de alguma forma deixou preservado o património natural, em termos humanos multiplicaram-se as ruínas abandonadas no interior e, nas cidades, uma feiura modernista quer engolir o património histórico. Acontece uma coisa curiosa: quando é recuperado um sítio belo, um palácio, um convento, logo o espaço começa a ser requisitado para actividades culturais elevadas. A política de despejar dinheiro em cima da cultura nem chega a ser materialista, é mesmo apenas “dinheirista”, porque nem consegue conceber as artes dentro de um todo cultural de um país, onde cada pedra esconde ou revela histórias.

Proponho que seja decretado o fim da feiura em Portugal, num plano a ser cumprido em algumas gerações: acabar com a arquitectura soviética, com os prédios com varandas fechadas com alumínio, com os focos anárquicos de construção e assim por diante, criando ao mesmo tempo condições para a preservação integral do nosso rico património. Mais uma vez iríamos ver socialistas e liberais contra esta medida. Os socialistas estariam contra a preservação do passado como desígnio (embora muitos autarcas comunistas tenham de facto ajudado a preservar património), e estão apostados numa edificação de ruptura (leia-se “feia”), na crença psicótica de que do movimento surja uma síntese progressista. Os liberais iriam apresentar argumentos aparentemente mais sensatos, o que só os torna ainda mais nocivos. Iriam, por um lado, falar na inviolabilidade do princípio da propriedade privada (sem perceber que a propriedade nunca poderá ser um princípio válido), mas também, de outra parte, que nenhuma autoridade central tem o direito a determinar um gosto a ser aceite por todos. Se o primeiro argumento é apenas uma falta de treino intelectual, o segundo nem argumento chega a ser, é apenas um jogo de palavras que nada diz, que parte de imagens randianas, que dão personalidade a edifícios mas não a cidades e da confusão revolucionária que confunde futuro com passado. Claro que seria também necessário reciclar toda uma geração de arquitectos formados para conceber espaços utilitaristas mas com uma total insensibilidade para perceber o efeito de conjunto, o que só por si revela uma personalidade que perdeu completamente o senso de unidade.


12. Restruturação das forças policiais numa força única – Polícias frustrados, por verem os tribunais soltarem os delinquentes e por não terem meios para combater a sério o crime, soltam as suas frustrações sobre o cidadão honesto que tem o azar de se cruzar com eles em alguma operação de trânsito ou de “segurança”. Mais que isso, com o prolongar desta situação, o tipo de pessoas que tentar pertencer à GNR ou à PSP corresponde à degeneração do conceito de segurança: ou são indivíduos que querem ter um emprego seguro ou pessoas de maus instintos que sabem que vão ter oportunidade de bater em inocentes sem serem punidos. Incrivelmente, ainda há uns poucos que honestamente arriscam a vida no meio desta indecência.

As polícias precisam de ser unidas, para terminar com uma dúbia separação de competências, e restruturadas para que fique claro que a sua função não é andar atrás do cidadão honesto mas dos criminosos. As políticas de engenharia social fazem de todos nós culpados mas dos criminosos umas vítimas. Também neste sector é preciso desmoralizar por completo os activistas que lutam freneticamente para degradar a segurança dos cidadãos. Não se tratam apenas de campanhas de charme que enaltecem os criminosos, pois esta gente vai mesmo aos bairros problemáticos incitar o ódio racial, a destruição da propriedade alheia, o consumo de drogas, a promiscuidade sexual e assim por diante.

Não basta criar uma força única misturando as duas já existentes, pois isso manteria todos os vícios existentes. É necessário transferir muitos agentes de segurança para outras funções onde não possam fazer dano. Mas o mais relevante é a “gestão de topo” e a identificação dos “alvos” a combater. Naturalmente que há que conjugar esta renovação na segurança pública com a reconfiguração edifício jurídico e, até, com o funcionamento do exército, se pensarmos nas reais possibilidades do restabelecimento do serviço militar obrigatório. Militares e policiais podem ser muito úteis para ensinar os particulares a usar armas e a saber gerir conflitos e situações de risco. Como é bem sabido dos promotores do desarmamento público, a proliferação de armas no público geral é um forte desincentivo ao crime e, talvez ainda mais importante, uma forma de garantir que o Estado não tentará massacrar o seu próprio povo, como mais tarde ou mais cedo tende a acontecer. Então neste caso temos a ironia do Estado ajudar os cidadãos a proteger-se dele mesmo.


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